terça-feira, abril 15, 2008

Cores


Sou rio

Se o riso

raso mostra

O raro resto

da esperança

Nascente.

Sou mar

Se o amor

Mareja meus olhos

Agora na preamar

Cascata

Que na queda

Ainda mostra

Que é bela

Que dá do salto ao

ruído que acalma

Beleza singular

Pra ir, há braços

Abraços

Em plena Praia

Pernas e plantas

Dos pés em raiz

Quando se diz

Que foi razão

Sem ter

No ar

Harmonia

Vejo brilho

E sou rio

Em seu riso

Sorrio

Que só o rio

Leva-me ao mar e a ti

Traz a mim o mar

Que ao te amar

De perto

Desperto

Em ti

Meu

Eu

Ex

escondido

(FC) Para Caroline

domingo, março 30, 2008

*vazio*


*

Inflama

Meu oco coração

Derrete e volta a ser

Cinzas

Ele pulsa agora

Por ninguém

Apenas pra se manter vivo

Cumpre suas funções

Este é o fim do final

Último limite

Ápice, fim do novelo.

Quero fechar meus olhos

Soprar as velas que restavam

Sepultar de vez o morto

É hora só de fugir

Usar da inércia

Deixar a pequena fumaça

Se desfazer ao vento

E virar a página

Não arrancar

Faz parte da obra.

Ir ao próximo capítulo

Ou abandonar leitura

Ler outro livro

Outro tema

Outra obra

Escrever

Meu próprio roteiro

Mesmo sem

Saber

Um

Dia

Is-

so

p

a

s

s

a

*

segunda-feira, março 03, 2008

Umidade












Seu Bozo
seboso
ensoberbado
sabor de sabão

lave as mãos
limpe a boca
na manga

lustra o solado
livra o sobrado

leve-as
leve aspargos
livre aos sábados
louve
ouve

espreita
esperado
cansado
isolado
exclua-se
não entendeu?
nem eu
então
fui mal interpretado

(FC)

terça-feira, fevereiro 26, 2008

Incauto


Não crie expectativas demais
Nasci imperfeito e antes da hora
Sempre decepciono e acabo
viajando em sentido oposto

Queria todos aqui dentro
Queria mais ainda
Os que fugiram de mim
os que me abortaram de
suas vidas

o impacto é o mesmo
de um salto de peixinho
do 14º andar até o asfalto.

Faz falta seu olhar desencontrado
faz falta a sua pontualidade
faz falta seu desprezo
e principalmente seu sorriso
inexpressivo, seu jeito carrancudo
e a falta do que falar
A sua falta
também faz imensa falta
E imagino a falta que faria
se você atendesse ao menos
parte das expectativas
que pensei ter criado

Minha primeira impressão
só mostra o que sou
mas não o que posso me tornar
sou apenas um caramanchão
encoberto de sombras

Sou o melhor e o pior de mim
enfadonho, monótono, tedioso
existe uma espécie de mim mesmo
pra cada segundo. mas só eu sei disso
porque é apenas um desse vários
de mim o único porta-voz
dentre eles o mais calado.

Faz falta também
teu abraço, e talvez seja isso o que
mais me faz falta
E se tivesse um pouco menos
desse egoísmo que é parte
de nós, só um pouco menos
eu já não precisaria dizer
as faltas que sinto

(Frigo Criftzogo)

sábado, fevereiro 23, 2008

Texto antigo


Este texto foi usado neste blog antes de eu tê-lo abandonado e "limpado" tudo que nele havia. Guardei aqueles que gostei.

Texto que responde de onde veio esse nome extraño Criftz..

Segunda-feira, Fevereiro 05, 2007

Am(FR)igo


Há amigos que não mereciam a denominação de amigos. Não pelo fato de serem considerados inferiores, pelo contrário. São detentores de um grau maior de amizade. Na realidade existem poucos dessa espécie. Esse amigo merecia ter um outro substantivo que melhor o identificasse. As pessoas costumam chamar de "Melhor amigo", mesmo assim estão incluindo-o em um grupo específico, sendo ele o melhor deste grupo.
Para indivíduos que despontam amor de "espécie" conjugal existem designações que identificam com clareza uma certa hierarquia: o/a paquera, o/a namorado/a, noivo/a, e finalmente marido/esposa.
Poderia eu, no ápice da minha tola e engenhosa loucura criar agora uma denominação bizarra e jamais usada, como... Criftzogo. Pronto!!! abortei isso agora, no feminino Criftzoga. agora é só patentear este pobre novo substantivo, feio como ele só. Talvez em outras civilizações desconhecidas exista coisa parecida. Pra tornar um substantivo "corriqueiro" precisaríamos de séculos, fora a variação sintática, morfológica que sofrerá ao longo dos anos (será q falei bestice? Nunca entendi muito de gramática nem de matemática e nem de nada que termine com ática). Mas às vezes amigo também é usado como adjetivo, como em "cachorro amigo". Ihh! acho que já estou fugindo violentamente da idéia principal (existe fuga violenta? que eu saiba.. deixa prá lá).
Onde eu estava?
Ah, tá. Pra poupar então todo esse trabalho crucial de criar e implantar na linguagem um novo substantivo, façamos uso então de apelidos carinhosos (alguns nem tanto) que recebemos ao longo da amizade. Pego como exemplo: FRIGO, um entre tantos apelidos que ganhei de minha Criftzoga (pelo menos neste texto poderei usar). Frigo é um bom substantivo e ainda tem "igo" como sufixo parecido com o de amigo. Todas as pessoas precisariam ter um Frigo ou Friga em suas vidas.
Frigo(a):
do Lat. Fricu
s. m.,
o que quer bem;
adj.,
favorável;
partidário;
aliado;
afeiçoado;
que tem amizade. pessoa de estimável valor que entende e se faz entender através de poesia viva ou escrita ou declamada em música, em lágrimas, em olhares enigmáticos ou outras variações da linguagem poética e as vezes nem tão poéticas, ou melhor, nem um pouco poéticas, mas de simplicidade infinita, que a torna superior e de inesgotável estima.

*foto (de Johnny Frigo) retirada do site: www.johnnyfrigo.com/gallery_pressphotos.htm

quinta-feira, fevereiro 14, 2008

Sand Clay for Crafts


O tempo nos empurra
nos separa e nunca
dá a chance de refazer.
Os gritos nos assustam
ou nos enchem de piedade
curiosidade e indiferença
O mundo é uma enorme
máquina sistemática
de seres em série
de linha
de montagem
deserto árido em uma pequena
ilha de depósito de tranqueiras
e traquinas.
inúmeras unidades independentes
em que todos dependem de uns
que dependem dos fracos que
os fortalecem
e assim se enobrecem
quanto mais os que descem
empobrecem, desconhecem
e assim esquecem que têm sonhos
e a sobrevivência é
o maior troféu
Agora meu ego me fez te abandonar
pra que eu seja só pra mim
sua vida de suavidade
é pedra que teus pés esmagam
é frágil e desgovernada minha luta
sem técnicas e com ânsia de vencer
mas parar de perder
já nem é um começo
é utopia
que quem sabe
eu viva em sonho


(Frigo Criftzogo)

segunda-feira, fevereiro 11, 2008

Nem é assim que será

Agora fica esclarecido
tema pra tela de tinta
truque bobo pra criança
esquina da mesa descoberta
convicção pra fugir do que não se vê
teoria sem apoio concreto
não se mata abelha
falta de
entusiasmo
inesperado
o tempo escorre
pelas frestas
e se expande com
densa atmosfera
quer ser pluma
ao vento
e soma cada segundo
travando futuro
incertamente
alva ruiva
desconcertado destravariante
sem estar preso
ao dever de seguir
regras
mas esgota
e sai para
o que
nada
nem
é

(Frigo Criftzogo)

quarta-feira, fevereiro 06, 2008

Luz


Há tantos sonhos
E tantos planos ainda distantes
Há pouca verdade
muita idade
e nada se esconde
entre aqueles montes

Miro um alvo no escuro
é perigoso errar
e fácil não acertar
escolho um lado do muro

chego cedo e atrasado
em lugares que não conheço
sigo sereno e entristeço
Quando o amor não é amado

Meus olhos ardem
há luz de mais
meus olhos perdem
as lágrimas do dia
meus dias podem
me distrair
me levar me perder
pela noite morna
outrora fria

(Frigo Criftzogo)

segunda-feira, fevereiro 04, 2008

Nós voltamos (O Eu múltiplo)




Isso faz parte
De mim, me esvazio e me encho
tão constantemente
existem nós a serem desnosados
existo eu cheio de nozes (esse sim deveria ser o plural de nó)
mas que nó apertado! deixo assim então
corto com faca afiada e o desfaço.
Sejamos bem-vindos ao mundo irreal
temperamental
sentimental
"is we!" mano!